24 dezembro 2006

Nós...ou o que chamam PAZ!


Desejaram-me, por inúmeras vezes, com sincero afecto e elevada estima, que os meus sonhos se tornassem realidade. Hoje, entendo que este é um desejo tão modesto quanto sentido, face ao que a realidade é capaz de proporcionar! A realidade superou o melhor do meu mundo onírico!
Apesar de alguma capacidade de retórica e de oratória, de que me apontam detentora, as palavras limitam, as reflexões surgem-me vãs! Escuso-me às palavras face à imensidão do sentir-te, do sentirmo-nos... em simbiose, em PAZ!
Caucau

01 dezembro 2006

Labirinto ou não foi nada


Talvez houvesse uma flor
aberta na tua mão.
Podia ter sido amor,
e foi apenas traição.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua. . .
Ai de mim, que nem pressinto
a cor dos ombros da Lua!
Talvez houvesse a passagem
de uma estrela no teu rosto.
Era quase uma viagem:
foi apenas um desgosto.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua...
Só o fantasma do instinto
na cinza do céu flutua.
Tens agora a mão fechada;
no rosto, nenhum fulgor.
Não foi nada, não foi nada:
podia ter sido amor.


David Mourão Ferreira