01 dezembro 2006

Labirinto ou não foi nada


Talvez houvesse uma flor
aberta na tua mão.
Podia ter sido amor,
e foi apenas traição.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua. . .
Ai de mim, que nem pressinto
a cor dos ombros da Lua!
Talvez houvesse a passagem
de uma estrela no teu rosto.
Era quase uma viagem:
foi apenas um desgosto.
É tão negro o labirinto
que vai dar à tua rua...
Só o fantasma do instinto
na cinza do céu flutua.
Tens agora a mão fechada;
no rosto, nenhum fulgor.
Não foi nada, não foi nada:
podia ter sido amor.


David Mourão Ferreira

1 comentário:

Tânia Magalhães disse...

Ainda pode ser! Ainda será!
Os labirintos costumam estar nos jardins. São labirintos de arbustos verdes e cheirosos. São desafios em forma de labirintos, em que nos perdemos em buca do centro. Por vezes à quem os percorra de olhos bem fechados, basta estarmos "ligados" e seguir õs cheiros, os sons, a intuição...